CBDN dá um grande passo nos esportes de inverno

Pedro Cavazzoni explica detalhe por detalhe (Brasil Zero Grau)

Faz um ano que falo neste espaço sobre o tal business plan da CBDN para tentar o salto de qualidade até os Jogos de 2026. Foi capa até da única edição da minha revista até o momento. Mas chegou o momento de conferir um pouco mais de perto sobre essa estratégia ousada, graças ao Workshop organizado pela própria entidade para explicar passo a passo.

O que as pessoas presentes no NAR (Núcleo de Alto Rendimento) puderam acompanhar nas quase duas horas de apresentação do superintendente técnico Pedro Cavazzoni realmente impressiona. Os números demonstram a grandiosidade do trabalho: a entidade analisou nada menos do que 96 mil atletas de elite de todas as modalidades de neve, leu e releu mais de 300 artigos científicos e levou 15 meses para concluir a primeira parte.

Poucas confederações, para não dizer nenhuma, desenvolveram um projeto semelhante de longo prazo. Até porque, como bem lembrou o superintendente no início da apresentação, a CBDN não pode errar. "Somos uma entidade pequena, com pouco dinheiro e é voltada para inverno em um país de verão. Temos que fazer investimentos certeiros". 

O pontapé inicial do Planejamento Estratégico consistiu na criação de uma Matriz BCG com os fatores competitividade e viabilidade de desenvolvimento. A ideia é representar em números e gráficos os objetivos institucionais da própria CBDN (medalhas, resultados positivos e respeito internacional). 

Com isso, quatro modalidades se destacaram neste primeiro momento: esqui aerials, cross-country, biatlo e snowboard slopestyle. A lógica é simples: possuem poucos competidores e podem, facilmente, serem treinados no Brasil. Em 2026, a expectativa é estar entre os seis melhores do esqui aerials, entre os 15 melhores de endurance nos Jogos da Juventude e entre os 20 melhores do slopestyle.

Isso não significa que outras modalidades serão esquecidas. Pelo contrário, também possuem seus planos de negócios, mesmo com alta competitividade ou pouca possibilidade de desenvolvimento no Brasil. Tanto que um terceiro fator deve ser incluído na Matriz nos próximos meses, justamente o aspecto que conta o know-how da entidade no cenário internacional. 

O documento também detalha a necessidade de CT's, núcleos de treinamentos, eventos e até mesmo um plano de carreira para todos os atletas. Além, é claro, de ações de marketing para atrair patrocinadores e depender cada vez menos de recursos federais. Nestes próximos três ciclos olímpicos, a CBDN espera sair de R$ 2 milhões para mais de R$ 6 milhões de receita, justamente para catapultar a participação dos nossos atletas no cenário internacional. 

Isso é apenas um resumo do que foi conversado e a apresentação, por sua vez, também foi bem sucinta perto da grandiosidade do planejamento. O Brasil Zero Grau ouviu e conversou com todos os principais atores desta nova fase da CBDN e trará matérias especiais nos próximos dias. Não perca!

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