Ele detém todos os recordes brasileiros relacionados ao Cross Country e ao Biatlo. Quer dizer, quase todos. "Meu
objetivo é obter a minha melhor marca no Mundial e bater o recorde
brasileiro em provas de distancia em mundiais. Esse é o único recorde que não é meu no momento, por isso me da uma motivação a mais
colocar isto como objetivo".
Você acha que esse é o limite? Para Leandro Ribela, 32 anos e autor da frase acima, é apenas o começo. Ele pensa adiante, além dos recordes pessoais e marcas incríveis. O que ele quer mesmo é garantir a vaga nos Jogos Olímpicos de Sochi, em 2014, no Esqui Cross Country. Quer ser o primeiro a participar de duas provas na mesma modalidade numa só Olimpíada... Ah, os recordes e feitos.
Para ir atrás destas marcas, desistiu, por ora, até mesmo do antigo sonho que era competir no biatlo. Neste ciclo olímpico pós-Vancouver resolveu focar apenas nas provas de Cross Country, modalidade que passou a se dedicar com mais frequência após surpreendentemente disputar os Jogos de 2010.
"Competir em dois circuitos distintos não é facil pois você acaba dobrando o número de competições, o deslocamento para as provas e etc… Então preferi focar no cross country para Sochi 2014 embora confesse que sinto uma saudade enorme do Biathlon", admitiu em entrevista por e-mail.
A saudade é justificável. Foi no Biatlo que Leandro pôde virar um atleta olímpico. Sua história confunde-se com a trajetória da modalidade no Brasil, desenvolvida pela CBDN a partir de 2005. "O Leandro tem até uma história engraçada. Ele estava numa competição de snowboard para assistir. No fim, convidamos ele para ir até Las Leñas para competir no biatlo. Foi a primeira prova dele. Gostou tanto que passou a coordenar a modalidade", confirmou o presidente da confederação Stefano Arnhold na época da elaboração do meu TCC em 2010.
Mas o sonho olímpico e a busca pelos limites estão acima disso e o foco dele agora é no Cross Country, mais precisamente nas provas de 15 quilômetros clássico e sprint livre. São estes os dois objetivos de Leandro Ribela para esta temporada.
Ele pretende atingir o índice olímpico B nas duas provas e garantir vaga nas duas provas em Sochi. Caso consiga, será o primeiro brasileiro da modalidade a conseguir o feito. Pronto, mais um recorde à vista para o paulistano que treina no Clube Pinheiros que virou um atleta de inverno quase que por acaso.
(Correção: o atleta só consegue disputar as duas provas se tiver o índice A. Caso Leandro atinja o índice B nas duas provas, terá que optar em qual delas competir. Sua meta, portanto, é poder atingir o índice B nas duas provas e ter a opção de escolher em qual modalidade competir)
Por conta disso, criou uma rotina estafante, mesmo dedicando-se exclusivamente a uma única modalidade. Neste início, fixou residência provisória na Suécia, mas serão nada menos do que 19 provas em 15 fins de semana. Viajará para Áustria, Alemanha, Suíça, Eslovênia e Itália. "A gente vira meio nômade e a base é o carro, pois a cada semana tenho que mudar de local para uma nova competição", afirmou.
Antes, na temporada sul-americana, migrou entre São Paulo, as montanhas chilenas e argentinas e São Carlos, cidade do interior paulista que conta com o Parque Damha, que funciona com CT para os esportes de inverno. Treinou muito sobre o roller ski, que simula muito bem o circuito do Cross Country.
Cercou-se também de uma estrutura não vista pelos atletas até 2010, nos Jogos Olímpicos de Vancouver. Há profissionais de diversas áreas para darem suporte aos competidores brasileiros. Médicos, fisioterapia, treinadores... tudo que puder servir de atalho entre ele e as próximas Olimpíadas.
"Investiu-se bastante nas equipes multidisciplinares para dar mais apoio aos atletas em diversas áreas. Isso sem dúvida contribuiu bastante para a preparação. No caso do cross country até 2010 ainda estávamos desbravando muita coisa, então a experiência que adquirimos no ciclo olímpico passado também contribuiu bastante para melhorar a preparação neste ciclo. Acredito sim que poderemos ter mais representates em Sochi que em Vancouver, principalmente se o biathlon e o freestyle skiing conseguirem uma vaga".
E Leandro Ribela certamente estará entre eles, extrapolando seus próprios limites.
Esquiador cria projeto social com rollerski em São Paulo
E entre viagens, competições e busca por feitos, Leandro Ribela ainda teve tempo de criar, talvez, o primeiro projeto social de um esporte de inverno aqui no Brasil. Com a ajuda do rollerski e numa parceria entre ele, a Assessoria Esportiva Sportplan e a CBDN conseguiu criar quatro meses atrás o projeto Ski nas Ruas, que visa a prática de rollerski para crianças de São Paulo.
O projeto atende quatro adolescentes entre 15 e 18 anos da Comunidade São Remo, ao lado da USP na Capital Paulista. Eles treinam de rollerski aos sábados, sob orientação de Leandro, e trabalham a parte física duas vezes por semana com a Sportplan.
O projeto, claro, ainda tem caráter meramente social, mas já está em expansão. A expectativa no próximo ano é criar de quatro a seis vagas para adolescentes entre 13 e 15 anos. O objetivo também é incluir atividades multidisciplinares aos jovens. E caso alguns deles se destacam nos esquis, será levado para a neve onde poderão se desenvolver e transformar-se nos mais novos atletas de cross country do país. A meta é levá-los até julho do ano que vem, na temporada do hemisfério sul.
Confira abaixo vídeo com as fotos do projeto social Ski na Rua:
Leandro Ribela (Reprodução/Facebook) |
Para ir atrás destas marcas, desistiu, por ora, até mesmo do antigo sonho que era competir no biatlo. Neste ciclo olímpico pós-Vancouver resolveu focar apenas nas provas de Cross Country, modalidade que passou a se dedicar com mais frequência após surpreendentemente disputar os Jogos de 2010.
"Competir em dois circuitos distintos não é facil pois você acaba dobrando o número de competições, o deslocamento para as provas e etc… Então preferi focar no cross country para Sochi 2014 embora confesse que sinto uma saudade enorme do Biathlon", admitiu em entrevista por e-mail.
A saudade é justificável. Foi no Biatlo que Leandro pôde virar um atleta olímpico. Sua história confunde-se com a trajetória da modalidade no Brasil, desenvolvida pela CBDN a partir de 2005. "O Leandro tem até uma história engraçada. Ele estava numa competição de snowboard para assistir. No fim, convidamos ele para ir até Las Leñas para competir no biatlo. Foi a primeira prova dele. Gostou tanto que passou a coordenar a modalidade", confirmou o presidente da confederação Stefano Arnhold na época da elaboração do meu TCC em 2010.
Mas o sonho olímpico e a busca pelos limites estão acima disso e o foco dele agora é no Cross Country, mais precisamente nas provas de 15 quilômetros clássico e sprint livre. São estes os dois objetivos de Leandro Ribela para esta temporada.
Ele pretende atingir o índice olímpico B nas duas provas e garantir vaga nas duas provas em Sochi. Caso consiga, será o primeiro brasileiro da modalidade a conseguir o feito. Pronto, mais um recorde à vista para o paulistano que treina no Clube Pinheiros que virou um atleta de inverno quase que por acaso.
(Correção: o atleta só consegue disputar as duas provas se tiver o índice A. Caso Leandro atinja o índice B nas duas provas, terá que optar em qual delas competir. Sua meta, portanto, é poder atingir o índice B nas duas provas e ter a opção de escolher em qual modalidade competir)
Por conta disso, criou uma rotina estafante, mesmo dedicando-se exclusivamente a uma única modalidade. Neste início, fixou residência provisória na Suécia, mas serão nada menos do que 19 provas em 15 fins de semana. Viajará para Áustria, Alemanha, Suíça, Eslovênia e Itália. "A gente vira meio nômade e a base é o carro, pois a cada semana tenho que mudar de local para uma nova competição", afirmou.
Antes, na temporada sul-americana, migrou entre São Paulo, as montanhas chilenas e argentinas e São Carlos, cidade do interior paulista que conta com o Parque Damha, que funciona com CT para os esportes de inverno. Treinou muito sobre o roller ski, que simula muito bem o circuito do Cross Country.
Cercou-se também de uma estrutura não vista pelos atletas até 2010, nos Jogos Olímpicos de Vancouver. Há profissionais de diversas áreas para darem suporte aos competidores brasileiros. Médicos, fisioterapia, treinadores... tudo que puder servir de atalho entre ele e as próximas Olimpíadas.
"Investiu-se bastante nas equipes multidisciplinares para dar mais apoio aos atletas em diversas áreas. Isso sem dúvida contribuiu bastante para a preparação. No caso do cross country até 2010 ainda estávamos desbravando muita coisa, então a experiência que adquirimos no ciclo olímpico passado também contribuiu bastante para melhorar a preparação neste ciclo. Acredito sim que poderemos ter mais representates em Sochi que em Vancouver, principalmente se o biathlon e o freestyle skiing conseguirem uma vaga".
E Leandro Ribela certamente estará entre eles, extrapolando seus próprios limites.
Aula de RollerSki (Reprodução/Facebook) |
E entre viagens, competições e busca por feitos, Leandro Ribela ainda teve tempo de criar, talvez, o primeiro projeto social de um esporte de inverno aqui no Brasil. Com a ajuda do rollerski e numa parceria entre ele, a Assessoria Esportiva Sportplan e a CBDN conseguiu criar quatro meses atrás o projeto Ski nas Ruas, que visa a prática de rollerski para crianças de São Paulo.
O projeto atende quatro adolescentes entre 15 e 18 anos da Comunidade São Remo, ao lado da USP na Capital Paulista. Eles treinam de rollerski aos sábados, sob orientação de Leandro, e trabalham a parte física duas vezes por semana com a Sportplan.
O projeto, claro, ainda tem caráter meramente social, mas já está em expansão. A expectativa no próximo ano é criar de quatro a seis vagas para adolescentes entre 13 e 15 anos. O objetivo também é incluir atividades multidisciplinares aos jovens. E caso alguns deles se destacam nos esquis, será levado para a neve onde poderão se desenvolver e transformar-se nos mais novos atletas de cross country do país. A meta é levá-los até julho do ano que vem, na temporada do hemisfério sul.
Confira abaixo vídeo com as fotos do projeto social Ski na Rua:
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