Odirlei Pessoni em São Caetano: presente na seletiva (Reprodução/CPDG) |
Após idas e vindas entre crises administrativas, burocráticas e políticas, tudo indica que o Brasil voltará a ter uma equipe de bobsled depois desse domingo. O Clube Paulista de Desporto no Gelo (CPDG) realizará sua seletiva no CT da BM&F Atletismo, em São Caetano do Sul com a supervisão da CBDG, que aprovará, ou não, a equipe selecionada.
O evento começará às 9h e não tem horário para acabar. No local serão realizados testes físicos, pois no bobsled é necessário ter explosão muscular e velocidade para puxar o trenó na largada. Por isso que a equipe deva ser oriunda do atletismo, mais uma vez.
Infelizmente não há mais chance de inscrição - o prazo terminou às 17h desta sexta-feira, mas o Clube Paulista e seu presidente, o ex-atleta Edson Bindilatti, espera um bom número de atletas para realizar a seletiva. Entre os atletas já confirmados estão os nomes de Célio da Silva e Odirlei Pessoni, que esteve presente no último time de bobsled do Brasil, em 2009.
O objetivo é formar equipes de bobsled masculino (tanto no quarteto quanto nas duplas com seus respectivos reservas), a dupla de bobsled feminino (que já conta com Fabiana dos Santos como integrante) e um atleta de cada gênero para o skeleton, prova individual. Os resultados deverão ser divulgados no dia 15, no site da CPDG.
Esta é mais uma tentativa de driblar as questões burocráticas e colocar o bobsled brasileiro novamente em Jogos Olímpicos. Após a estreia em 2002, em Salt Lake City, os homens conseguiram se classificar em 2006, mas ficaram de fora de 2010, em Vancouver. Nestes Jogos foram as mulheres que ficaram perto da vaga, mas também sucumbiram.
Desde 2011 a CBDG entrou numa crise política. Sem recursos, as ações da confederação foram reduzidas. Não bastasse isso, atletas e ex-atletas, liderados por Edson Bindilatti, elaboraram relatório pedindo o afastamento de Eric Maleson, então presidente, por gestão temerária, entre outras acusações.
A partir daí a crise não teve mais fim. Emílio Strapasson, ex-atleta de skeleton, foi nomeado interventor, mas Eric voltou à presidência e acusou Emílio de invasão na sede da CBDG (o interventor alega que não houve invasão nenhuma).
Mas no fim de 2012 Eric novamente foi afastado da presidência e Emílio deve realizar uma auditoria e convocar eleições até abril deste ano. No meio disso tudo, o bobsled brasileiro ficou praticamente desativado. No masculino, as últimas ações foram feitas em 2009, na tentativa de se classificar para os Jogos de Vancouver. Entre as mulheres, Fabiana se reuniu com o Comitê Olímpico Brasileiro pedindo verba para competir nesta temporada - mas não teve sucesso.
De minha parte, não tenho condições de falar quem está certo ou quem está errado na história. Apenas acho que a briga política não pode respingar nos atletas, como já estava acontecendo. O importante agora é conseguir achar verba e remontar o time brasileiro de bobsled.
Por isso que desejo sucesso ao Clube Paulista na realização da seletiva. Infelizmente por questões pessoais não conseguirei ir para São Caetano cobrir os testes, mas espero que a nova equipe possa superar as dificuldades. Afinal de contas, ainda nesta temporada o Brasil terá que fazer um período de aclimatação e pelo menos uma prova para tentar se classificar aos Jogos Olímpicos de 2014. O tempo não espera por ninguém! Boa sorte a todos os atletas.
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