Pontos e mais pontos

André Cintra (Reprodução/Facebook)

Numa caminhada paralímpica no inverno, sobretudo para atletas de países sem neve, qualquer ponto é útil para confirmar aquela vaga inesperada, aquele sonho realizado e ter o objetivo realizado. André Cintra, o primeiro para-atleta de inverno do país, confirmou os deles nesta semana. 

O brasileiro esteve presente na disputa da etapa de Big White (Canadá) da Copa do Mundo de Para-snowboard, que distribuiu vários pontos para os atletas inscritos. A competição termina neste domingo, mas André já encerrou sua participação no snowboardcross com um bom resultado. 

No primeiro dia de disputa, ele conquistou a 14ª posição dentre os 16 que largaram na quinta-feira pela categoria LL1, para amputados nos membros inferiores abaixo do joelho. 

Mesmo assim foi o suficiente para garantir nada menos do que 180 pontos no ranking internacional. André teve o tempo combinado de 4min36seg87. O vencedor foi o neozelândes Carl Murphy, que fez 2min47seg89.

Na sexta-feira o brasileiro não teve tanta sorte. Ele foi desclassificado nas duas primeiras descidas e ficou de fora da classificação. Dessa forma, não somou pontos, que ajudariam ainda mais na busca paralímpica. O norte-americano Evan Strong venceu com 2min43seg31. 

(Aqui abro um parênteses para explicar o formato da disputa. Cada atleta faz três descidas e somam tempos. Os dois melhores, somados, serão seu tempo final. Quem tiver o menor tempo, é o campeão. Nesta Copa do Mundo o vencedor levava mil pontos para casa e praticamente uma das vagas paralímpicas no snowboard). 

Por conta disso tudo, acho que o desempenho de André Cintra foi bom, claro, mas poderia ter sido melhor. Se ele tivesse completado a prova na sexta-feira, por exemplo, teria abocanhado, pelo menos, mais 160 pontos que seriam bem valiosos. 

Em todo o caso, não há motivos para lamentação. Em agosto, na temporada do hemisfério sul, André terá mais uma etapa da Copa do Mundo de para-snowboard, dessa vez na Nova Zelândia. 

Lá ele poderá somar os pontos necessários para se transformar no primeiro atleta paralímpico de inverno do Brasil.  A data-limite do Comitê Paralímpico Internacional é novembro deste ano e os 32 melhores do ranking garantem vaga. O brasileiro tem boas chances de ser um deles. Parabéns, André!

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