Vozes de Sochi - Jaqueline Mourão (Biatlo)

Jaque (Renato Leite Ribeiro/CBDN)
Jaqueline Mourão tem o melhor resultado do ciclismo feminino do Brasil em Jogos Olímpicos de Verão. Foi a primeira mulher a competir tanto nas Olimpíadas de Verão quanto na de Inverno. Com mais de 30 anos resolveu se aventurar num novo esporte. Com 36, iniciou a caminhada no Biatlo. E com 37 ainda arrumou tempo de ser a melhor atleta de neve no Prêmio Brasil Olímpico, que premia os melhores da temporada.

São apenas fatos que comprovam não só a eficiência da mineira Jaqueline Mourão como também a importância dela para o esporte brasileiro. De fato, ela parece iluminada. Uma espécie de Midas, onde tudo o que toca vira ouro. 


A eleita

Não foi apenas uma vez. Entre brincadeiras e sorrisos, o presidente Stefano Arnhold manifestou seu orgulho em ter uma atleta do quilate da Jaqueline Mourão. Na entrega dos prêmios, chegou a comentar de colocá-la como a representante brasileira no cross-country e no biatlo, nesta última uma vaga inédita bem próxima graças à própria atleta. 

"Acredito que ela merece", chegou a dizer o presidente ao Blog numa entrevista exclusiva. 

Esta situação é comum em países mais tradicionais, mas é raro em países como o Brasil. Afinal de contas, nunca houve algo idêntico a isso na nossa pequena história dos esportes de inverno. 

Merecer, ela realmente merece. Pois a melhor marca do cross-country ainda é de Jaqueline, o que realmente a credencia como candidata a esta vaga. Na última temporada, estreou na Copa do Mundo do Biatlo, a primeira vez que um atleta brasileiro disputa prova deste porte (mais um ineditismo para sua carreira). 

Desempenho que colocou o país na quinta posição da lista de espera por Sochi na modalidade.  Mas sempre há os remanejamentos. Só em Vancouver foram dez! Resumindo: Jaqueline deixou o Brasil bem próximo de duas vagas olímpicas. 

"Quero disputar os dois, se Deus quiser. Se eu não estiver com saúde ou se outra atleta estiver melhor, eu vou dar os parabéns. Mas é meu objetivo estar na disputa das duas provas. Infelizmente só saberemos em fevereiro de 2014. Teremos que ter esse sangue frio", afirmou.

O mesmo sangue frio que a fez superar alguns problemas, como a quebra do próprio rifle entre etapas da Copa do Mundo e da Copa IBU. Ou ainda quando resolveu encarar as melhores do mundo mesmo com apenas um ano e meio de experiência. 

"Não esperava muita coisa, mas consegui competir nas três etapas da Copa do Mundo, das etapas da Copa IBU e consegui me classificar para mais provas. Foram resultados super legais, que me deixaram feliz. Tiveram contratempos, mas de maneira geral foi mto boa", afirmou. 

E se você pensa que Sochi pode representar o fim de carreira para Jaqueline, saiba então que ela ainda pretende evoluir ainda mais no Biatlo. "Como o tiro é novo para mim ainda, a margem de melhora é muito grande no futuro. Isso me anima muito", concluiu.

Confira entrevista com a atleta Jaqueline Mourão. Infelizmente, por problemas no meu gravador, a última parte saiu um pouco mais lenta, mas dá para ouvir legal! 

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