A busca continua

Fernando Aranha concede entrevista ao Brasil Zero Grau (Arquivo Pessoal)

Fernando Aranha recebeu convite do Comitê Paralímpico Internacional e irá disputar o cross-country adaptado nos Jogos Paralímpicos de Sochi. Ele se juntará à André Cintra, que confirmou a vaga no snowboard e serão os primeiros brasileiros a participarem de uma edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno. 

Mas tem uma questão que ainda o incomoda um pouco. A vaga olímpica veio por convite, sem a confirmação do índice olímpico. E é atrás desse índice, para provar que tem todas as condições de disputar os Jogos, que o super-atleta Fernando Aranha embarcou nesta quarta-feira para os EUA, onde iniciará a preparação da temporada. 

A busca pelo índice olímpico persegue o brasileiro desde a temporada passada. Desde que começou para valer o planejamento da CBDN e do Comitê Paralímpico Brasileiro, o atleta participou de duas provas e em ambas bateu na trave: na primeira fez 186 pontos, na segunda 185 - o índice é abaixo de 180 pontos (como se sabe, no esqui o rankin é sempre do menor para o maior). 

"Quero confirmar essa vaga paralímpica, na verdade. Apesar de ter sido cedida via convite, a ideia de fazer o índice ainda é meta. Agora com uma preparação melhor, mais efetiva nos Estados Unidos, visando ter uma melhora e a obtenção do índice já na primeira prova, se possível", comentou.  

Em Ushuaia (Reprodução)
Lá ele ficará num centro especializado de esqui nórdico paralímpico de Colorado por um mês inteiro. Ele ainda competirá no Canadá e em Salt Lake City. Um breve período no Brasil em janeiro para depois voltar ao país norte-americano e já se preparar para Sochi.

Tudo para evitar longas viagens e também para colocar Fernando em contato com atletas de elite da sua própria modalidade. Ele mesmo reconhece que sua preparação até aqui foi meio "autodidata", mas agora terá parâmetros e poderá adquirir mais experiência. 

"Treinar com os atletas de elite, que já é fantástico, te dá um parâmetro diferente, pois eu estava treinando sozinho aqui e buscando conhecimento mais no sentido autodidata e conversando com quem tem mais experiência. Mas é muito diferente quando você está na prática ali de igual para igual com os outros atletas. E o pessoal dos EUA ainda não estão na ponta, mas estão num nível muito grande de competitividade", confirmou o atleta. 

Dessa forma, além de tentar confirmar o índice olímpico, ele também já quer se planejar para os Jogos Paralímpicos de Inverno. A meta é ousada: terminar entre os dez melhores atletas. Ele mesmo reconhece a dificuldade, mas acredita no potencial e no trabalho feito. 

"Seria o máximo ficar entre os dez, já estaria de ótimo tamanho, mas eu tenho que ter pés no chão e pensar que vai ser resultado daquilo que eu treinar e da experiência que eu vou adquirir lá com os equipamentos. Não vai ter jeito. Da mesma maneira que eu evoluí, os outros que já estavam lá em cima também evoluíram. Tenho certeza disso. Então a meta de ficar entre os dez é fantástica, continua sendo isso, mas vou fazer o melhor que eu puder para alcançar ela". 

Tanto que o maior problema ainda é imaginar o frio russo. "Não tenho nem ideia como é o frio lá na Rússia. Deixa para lá por enquanto", brincou.

Confira entrevista completa de Fernando Aranha ao Brasil Zero Grau:


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