A surpresa do dia no slopestyle: Karly Schorr (Javier Soriano/AFP/Getty Images) |
Os Jogos Olímpicos de Inverno começaram para mim às 5h, quando acordei para ir até a Record. Lá tive a honra de comentar a prova de snowboard slopestyle feminino neste primeiro dia. O horário não desanimou, pelo contrário. Para mim é uma ciranda de emoções.
Foi bem legal conferir de perto uma transmissão de um evento grande como este ao lado de uma equipe super competente. Tivemos alguns deslizes, claro. O regulamento confuso do slopestyle também não ajudou. Previsto até a véspera para classificar três atletas para a decisão, no fim das contas foram as quatro melhores.
Mas minha participação como comentarista renderá um post apenas no fim. Agora o que interessa mesmo são os atletas. Eles serão os responsáveis por mostrarem ao mundo toda a beleza e os perigos dos esportes de inverno nos próximos 16 dias.
Hoje foram quatro provas disputadas: snowboard slopestyle masculino e feminino, moguls feminino e o início da patinação artística por equipes, com as provas individuais entre os homens e as duplas. Veja agora um resumão deste primeiro dia.
Snowboard slopestyle masculino
Primeira prova dos Jogos de Sochi, o snowboard slopestyle masculino já tinha polêmica antes mesmo do primeiro dia. Um dos principais críticos da pista de Rosa Khutor, o norte-americano Shaun White desistiu da categoria na quarta-feira por conta dos vários acidentes durante os treinamentos.Mas a decisão foi rebatida por outros atletas, principalmente pelo canadense Max Parrot. Coube a ele, inclusive, driblar a zebra e conseguir a melhor nota do dia: incríveis 97.50, numa apresentação praticamente perfeita. Ele foi seguido de perto pelo finlândes Roope Tonteri, outro favorito ao ouro, que fez 95.75.
Aliás, não houve espaço para surpresas. O nível de disputa foi muito alto. Para se ter uma ideia, quatro atletas de cada bateria classificavam para a final. O belga Seppe Smits, campeão mundial em 2011, ficou de fora da final mesmo fazendo 91 pontos.
Ao todo, 23 atletas se apresentaram e oito garantiram vaga direto na final, dia 9: Staale Sandbech e Gjermund Braaten (Noruega), Peetu Piiroinen e Roope Tonteri (Finlândia), Sebastien Toutant e Max Parrot (Canadá), Jamie Nicholls (Reino Unido) e Sven Thorgren (Suécia). Os outros farão uma descida semifinal para definir os últimos quatro finalistas.
Snowboard slopestyle feminino
Se entre os homens não houve espaço para zebra, entre as mulheres a história foi diferente. A pista foi cruel e proporcionou várias quedas. A norueguesa Kjersti Buaas caiu de cara no chão e saiu com dores no corpo. Outras sequer conseguiram realizar duas apresentações inteiras.Entre as vítimas estavam Shelly Gotlieb (Nova Zelândia), Sina Candrian (Suíça), Cheryl Maas (Holanda) e Sarka Pancochova (República Tcheca), todas favoritas às medalhas. Elas tentarão as últimas quatro vagas para a decisão na semifinal.
O show coube à austríaca Anna Gaser. Ela fez uma apresentação muito segura, sem erros e sem desequilíbrios. Não ousou como outras atletas, mas a perfeição na execução garantiu 95.50 pontos. Atrás dela, a norte-americana Jamie Anderson, que também apostou numa prova segura e sem sustos para conseguir 93.50. Spencer O'Brien, do Canadá, e Torah Bright, da Áustralia, foram as favoritas que não decepcionaram.
As oito finalistas são: Isabel Derungs e Elena Koenz (Suíça), Torah Bright (Austrália), Spencer O'Brien (Canadá), Enni Rukajarvi (Finlândia), Anna Gaser (Áustria) e Jamie Anderson e Karly Shorr (EUA). A última foi a grande surpresa do slopestyle. Ela não estava cotada, mas conseguiu fazer uma ótima apresentação, cravou 84.75 e "roubou" a vaga de Pancochova na final.
Moguls feminino
As modalidades radicais começaram com tudo nesta quinta-feira. Além do slopestyle no snowboard, o dia reservou as primeiras provas de moguls entre as mulheres. O esporte consiste numa descida em pista ondulada e os atletas precisam realizar dois pequenos saltos que serão avaliados por juízes.A grande favorita é a norte-americana Hannah Kearney, campeã mundial e líder do ranking. E ela não decepcionou. Fez 23.05 pontos e terminou na primeira colocação. Ela é seguida de perto pelas irmãs Dufour-Lapointe, do Canadá. Chloe, mais velha, foi a segunda, com 22.64 pontos e Justine, bronze no Mundial, ficou com a terceira posição.
A única lamentação é a ausência da japonesa Miki Ito. Única atleta fora do eixo Canadá-EUA que poderia sonhar com o ouro no moguls, ela não largou e ficará de fora da decisão. Além das três já citadas, as outras atletas classificadas são: Eliza Outrim (EUA), Maxime Dufour-Lapointe, outra integrante do clã, e Audrey Robichaud (Canadá), Perrine Lafont (França), Yulia Galysheva (Cazaquistão), Aiko Uemura (Japão) e Regina Rakhimova (Rússia).
Patinação Artística por equipe
Plushenko (Damien Meyer/AFP/Getty Images) |
A dupla russa formada por Tatiana Volosozhar e Maxim Trankov, uma das melhores do mundo, conquistaram sua prova com 83.79 na nota e 10 pontos na disputa do programa curto. A dupla canadense ficou na segunda posição e a China foi a terceira.
Na disputa masculina do programa curto a vitória ficou com Yuzuru Hanyu, do Japão, com 97.98 pontos, numa nota praticamente perfeita e que rendeu dez pontos para o Japão. Evgeny Plushenko ficou em segundo e o canadense Patrick Chan foi o terceiro. O Blog também destaca a ótima quinta posição do francês Florent Amodio, nascido em Sobral, no Ceará, mas que mora desde garoto no país europeu.
Ainda acontecerão as provas do programa longo dos pares e dos homens, além da disputa feminina e da dança no gelo para definir os medalhistas da competição por equipes dos Jogos Olímpicos de Inverno.
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