Gabriela Neres e o rifle usado na prova de sprint (Divulgação/CBDN) |
Pouco mais de um ano atrás, Gabriela Neres estreou no biatlo com o Mundial Juvenil da modalidade na Áustria. Na ocasião, a brasileira de 17 anos terminou na 91ª e última posição, com um tempo 61,6% superior à média das três primeiras colocadas.
Ontem, em Presque Isle, nos EUA, a atleta voltou a competir no Mundial Juvenil da modalidade na prova de sprint de 6 quilômetros. E a evolução realmente salta dos números conquistados na prova.
Gabriela foi a 56ª e conseguiu terminar na frente de uma competidora húngara. Ela conseguiu o tempo 28min12seg7 e errou quatro dos dez tiros do circuito. A vencedora foi a italiana Lisa Vittozi, com 18min49seg9 e apenas um tiro errado.
Mas como sempre digo, não é no número frio da classificação final que avaliamos o sucesso do atleta brasileiro nas modalidades de inverno. Precisamos entender o contexto e compará-lo contra ele mesmo.
Com um ano a mais de experiência, tendo participado não só do Mundial Juvenil de 2013, mas também do Brasileiro de Cross Country em agosto e de provas preparatórias na Suécia neste início de ano, a jovem conseguiu reduzir sua marca.
Em relação ao tempo, foram pouco mais de dois minutos de diferença. Se compararmos o desempenho, ela conseguiu diminuir de 61,6% para 48,5%. Se continuar nessa toada, logo entrará na simbólica casa dos 20%, a nota de corte em provas adultas.
Para isso, Gabriela seguirá disputando provas no Mundial Juvenil nos EUA. Em plena terça-feira de Carnaval ela participará da prova individual de 10 quilômetros. O Brasil Zero Grau continuará de olho nos passos da jovem brasileira.
Projeto Ski na Rua
Já que o papo é sobre promessa, não poderia deixar de citar também a evolução do Projeto Social Ski na Rua, idealizado pelo atleta olímpico Leandro Ribela. Ele mal retornou dos Jogos de Sochi e já deve embarcar para a Eslovênia, levando mais uma turma de garotos com ele.A ideia é aclimatar mais os jovens que se destacam com o rollerski - da mesma forma que foi feita em Ushuaia, na Argentina, em agosto do ano passado. Serão duas semanas com treinos na neve e, claro, quem se adaptar melhor pode até sonhar com uma vaga olímpica em 2018, por que não? Além disso, receberam convite de Jeremiah Lineham para treinarem no Strafford Nordic Skiing, nos EUA.
É interessante como as portas se abrem com um trabalho bem desenvolvido. Os que criticam o desempenho brasileiro em Jogos de Inverno pela falta de resultados não conseguem enxergar que participar do cenário internacional possibilita essas oportunidades para uma nova geração que sempre surge para quebrar resultados e recordes. É o chamado network: você sempre vai estabelecer contatos para seus projetos.
E sim, é possível termos projeto de esporte de inverno num país tropical como o Brasil. Está aí o Projeto Ski na Rua para comprovar essa tese. Tudo indica que teremos também uma nova geração do esqui nórdico neste ciclo olímpico!
PS: tenho muito material guardado e que soltarei nos próximos dias. Tem histórias do bobsled na sua aventura até Sochi, tem os resultados de quem competiu em provas de inverno durante as Olimpíadas, Pan-Americano de Hóquei e a briga da patinação no gelo do Rio de Janeiro, que pode perder sua maior pista fixa. Além, é claro, de matérias exclusivas! Enfim, os esportes de inverno não param! Continuo contando com sua audiência nos próximos meses! Pyeongchang já começou...
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