Um treino prático da execução de figuras (Reprodução) |
Se no início de 2015 era um rumor que mexia com os fãs de patinação artística no gelo, quase dois anos depois já é uma certeza: as figuras compulsórias estão voltando. Base da patinação artística, a categoria teve duas edições de Mundiais bem organizadas na América do Norte.
A última edição aconteceu no fim de 2016, entre 19 e 23 de dezembro, na cidade canadense de Toronto - a primeira foi em 2015, em Lake Placid, nos Estados Unidos. Vale destacar que os eventos foram organizados pela World Figure Sport (WFS) e não possuem ligação com a ISU, entidade máxima da patinação artística no gelo em todo o mundo.
Contudo, não deixa de chamar a atenção um evento que busca justamente resgatar aquilo que um dia foi a base da modalidade: a execução de figuras (não à toa que em inglês o esporte é conhecido como figure skating). Esta categoria foi muito popular no início do século 20, inclusive contando pontos para a nota final. Basicamente, os atletas precisavam realizar manobras obrigatórias (figuras) no gelo com os patins. O objetivo era avaliar a técnica da pessoa enquanto patinador.
A questão é que, a partir da década de 1960, essa atividade perdeu apoiadores. Em 1968, por exemplo, a execução de figuras compulsórias correspondia a 50% da nota do atleta. Em 1988 era apenas 20%. Em julho de 1990, a ISU, após votação de seus membros, resolveu extinguir a categoria de uma vez por todas - o que faz uma geração inteira de atletas e torcedores não terem a mínima ideia do que seja essa disputa.
O fim das figuras compulsórias abriu espaço para uma polêmica controversa. Muitos acreditam que a patinação, hoje, está mais artística e menos técnica. É justamente nessa ideia que se inspira o Mundial de Figuras Compulsórias: mostrar ao mundo que sua prática ainda pode ser importante para a modalidade. Tanto que, além do Mundial, a programação incluía um festival com clínicas e treinos para quem se inscrevesse.
A prova do sucesso é que o Mundial cresceu de um ano para cá. Em 2016, por exemplo, o canadense Gary Beacom sagrou-se campeão entre os homens. É o primeiro nome reconhecido internacionalmente (foi vice-campeão canadense em duas oportunidades e campeão mundial profissional em 1988) que participou desse evento. Jill Ahlbrecht conquistou o bicampeonato entre as mulheres.
A terceira edição do Mundial de Figuras ainda não tem data e local definidos. O mais provável é que continue na América do Norte.
Confira um vídeo com técnicas de figuras compulsórias:
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