Diário de PyeongChang #20 - Russo bronze no Curling é pego no doping

Alexander Krushelnytsky caiu em exame de doping antes de PyeongChang e pode perder sua medalha 

O que era um boato que começava a ganhar corpo aqui em PyeongChang nesse último fim de semana foi confirmado oficialmente no domingo à noite. O russo Alexander Krushelnytsky, bronze na disputa do Curling de Duplas Mistas ao lado de Anastasia Bryzgalova, caiu em um exame antidoping realizado dias antes dos Jogos Olímpicos de PyeongChang. 

A informação foi confirmada por Konstantin Vybornov, porta-voz da delegação OAR (Atletas Olímpicos da Rússia), em PyeongChang, e o atleta já foi notificado a deixar a Vila Olímpica e entregar sua credencial. O caso segue em investigação e uma contraprova deve ser feita ainda nesta segunda-feira, 19 de fevereiro.

Krushelnytsky testou positivo para Meldonium, substância proibida pela WADA (Agência Mundial Antidopagem) desde janeiro de 2016. Como medicamente, ele auxilia tratamento de problemas cardíacos, mas estudos recentes mostram que também aumenta a capacidade do corpo de produzir energia, melhorando a recuperação física e a concentração do atleta. Vários competidores, principalmente do Leste Europeu, foram pegos no doping desde sua proibição - o caso mais emblemático é o da tenista russa Maria Sharapova, suspensa por um ano. 

De acordo com o site Inside the Games, o russo caiu em um exame realizado em 22 de janeiro, durante um período de treinamentos que ele fazia com sua mulher no Japão. Alexander Krushelnytsky nega a acusação e comentou aos dirigentes russos que alguém teria batizado sua bebida antes dos Jogos Olímpicos de PyeongChang. 

O caso, agora, segue em investigação. O COI (Comitê Olímpico Internacional) divulgou um comunicado que afirmava que "testes de doping e sanções nos Jogos Olímpicos de PyeongChang independem da entidade, mas ela não pode comunicar sobre casos individuais enquanto as investigações estão em curso". O CAS (Corte Arbitral do Esporte) não foi notificado e só entrará no assunto após a divulgação da contraprova. 

Agora, a medalha de bronze conquistada pela dupla russa, campeã mundial de 2016, nas Duplas Mistas do Curling fica sob investigação. Caso o exame da contraprova confirme o doping de Krushelnytsky, é bem provável que ele e a mulher percam a medalha conquistada e o time norueguês herde a terceira posição em PyeongChang. 

Entretanto, para além das questões legais, o doping joga uma pá de cal em cima das pretensões russas de limpar sua imagem na Coreia do Sul. O país teve que competir em PyeongChang com a bandeira dos Jogos Olímpicos e com a sigla OAR (Atletas Olímpicos da Rússia, em inglês) como punição pelo "esquema sistemático" para burlar regras antidoping nos Jogos de Sochi, em 2014.

Apesar de vários atletas russos entrarem com apelação na véspera da abertura dos Jogos Olímpicos em PyeongChang, o fato é que os primeiros dez dias competições transcorreram normalmente e serviram para promover uma reaproximação entre COI e Rússia - a ponto de começarem costurar um acordo para que o país desfilasse na Cerimônia de Encerramento com sua bandeira e suas cores. Contudo, como lembra o amigo Marcelo Laguna, a Rússia não se ajuda quando o assunto é doping. 

Até o momento, apenas um caso de doping foi confirmado em PyeongChang: o japonês Kei Saito testou positivo para Acetazolamida antes do início de suas competições e já deixou a cidade sul-coreana. Nos próximos dias deve sair o desdobramento do caso de Alexander Krushelnytsky, que pode acarretar sérias consequências não só para sua carreira, mas para o esporte russo como um todo. 

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