Com 'troca de bastão', CBDN premia atletas e visa futuro sustentável

Karl Petterson e Stefano Arnhold: troca de comando na CBDN (Reprodução)

A Cerimônia de Encerramento da temporada já é um evento tradicional no calendário da CBDN. Os atletas e parceiros recebem homenagens e a entidade traça planos para a sequência do ano. Contudo, em 2018, a celebração marcou uma "passagem de bastão" ao representar a troca simbólica na presidência após 16 anos. 

Stefano Arnhold, comandante da CBDN entre 2002 e 2018, deu lugar a Karl Anders Petterson, eleito por aclamação na assembleia realizada em abril deste ano. A troca é uma exigência legal: desde 2013, os presidentes de confederações esportivas só podem concorrer a uma reeleição - algo que Stefano já tinha feito em 2014. 

Tanto o ex quanto o atual presidente estiveram na cerimônia e foi a primeira vez que Petterson falou à comunidade de neve como novo líder da entidade. Isso, porém, não significa um rompimento de trabalho. Pelo contrário, além de ter sido vice-presidente de Stefano entre 2014 e 2018, o novo dirigente confirmou que só aceitou o desafio porque o antigo chefe estará por perto no dia a dia. 

"Não teria aceitado o cargo sem essa promessa", discursou. 

Mas o novo presidente já adotou uma postura diferente de seu antecessor. Em seu discurso, fez críticas ao Conselho da FIS (Federação Internacional de Esqui) por não eleger Stefano Arnhold a uma de suas cadeiras. "Os países europeus fizeram um movimento para não alterar o status quo", garantiu. É uma atitude que diverge da discrição que marcou os bastidores da CBDN nos últimos anos. 

Homenagens e discursos à parte, a Cerimônia de Encerramento da temporada premiou os melhores atletas de neve, sobretudo a participação do país nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de PyeongChang. Cristian Ribera, do esqui cross-country paralímpico, e Victor Santos, integrante da seleção brasileira de endurance, foram os grandes nomes presentes no evento. 

A festa também marcou o lançamento do Snow Club, programa de vantagens e benefícios idealizado pela confederação para brasileiros que gostam de viajar para destinos com neve. Essa iniciativa é uma tentativa de garantir recursos próprios e, dessa forma, evitar a dependência de verba pública para financiar o desenvolvimento de seus atletas - a CBDN teve um corte de 17% no repasse da Lei Piva para este ano. 

"A gente já antevia esse cenário. Era natural ter uma queda após anos de investimento, o que só foi agravado pelo momento político e econômico do país. Para suprir isso, nossa estratégia tem duas frentes: a geração de receita própria e a substituição de nossos projetos para Leis de Incentivo ao Esporte", confirmou Pedro Cavazzoni, CEO da entidade, ao Brasil Zero Grau

O fato é que a perspectiva da CBDN para os próximos anos é muito boa - e é preciso garantir recursos para que essa curva de crescimento não seja interrompida. A entidade já tem planos para os Jogos Olímpicos da Juventude de 2020 e mapeou o desenvolvimento de suas modalidades (mas é assunto para outro post!). 

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