Copa do Mundo de Curling tem reedição da final olímpica de 2018

John Shuster volta a vencer Niklas Edin na segunda etapa da Copa do Mundo de Curling (Celine Stucki/WCF)

Iniciativa pioneira para popularizar ainda mais o Curling em todo o mundo, a Copa do Mundo da modalidade está conseguindo atingir esse objetivo logo em sua primeira temporada. A competiç~~ao já realizou duas etapas neste ano, com a elite do esporte competindo entre si em jogos e emocionantes nas três categorias olímpicas. 

A segunda rodada aconteceu na última semana, entre 5 e 9 de dezembro, em Omaha, nos Estados Unidos. No total, oito dos principais países da modalidade se enfrentaram nas disputas masculina, feminina e duplas mistas.

O grande destaque da segunda etapa da Copa do Mundo de Curling foi o reencontro entre os times de John Shuster, dos Estados Unidos, e Niklas Edin, da Suécia. Eles protagonizaram a final dos Jogos Olímpicos de PyeongChang, em fevereiro de 2018, com vitória surpreendente dos norte-americanos. Contudo, a tão esperada revanche sueca terá que esperar mais uma vez.

Isso porque Shuster mostrou que realmente vive grande fase e fez a alegria da torcida local ao vencer o rival por 3 a 1 e conquistar mais um título histórico para o Curling dos Estados Unidos. A campanha, aliás, foi praticamente perfeita, com cinco vitórias e apenas uma derrota na primeira fase. 

"É muito legal vencer diante de seu público. Para mim, é sempre mais fácil quando há muitos torcedores na arquibancada e nós definitivamente sentimos isso esta semana, especialmente nesta tarde", comentou o campeão.

Na disputa feminina, a final foi asiática. A japonesa Satsuki Fujisawa, bronze em PyeongChang e vice-campeã mundial em 2016, conquistou o título ao derrotar a Coreia do Sul por 7 a 6 na decisão. O país foi representado por Min-ji Kim ao invés da equipe de Eun-jung Kim, atual vice-campeã dos Jogos Olímpicos. 

Por fim, nas Duplas Mistas, os noruegueses Kristin Skaslien e Magnus Nedregotten, bronze em PyeongChang, conquistaram o título da segunda etapa da Copa do Mundo de Curling. Eles derrotaram os suíços Jenny Perret e Martin Rios, vice-campeões olímpicos e campeões mundiais de 2017, por 10 a 5 na decisão. 

Na primeira etapa, realizada em Suzhou, na China, em setembro, o domínio foi canadense. O país conquistou o ouro nas três categorias em disputa. Entre as mulheres, a equipe de Rachel Homan derrotou a Suécia, da campeã olímpica Anna Hasselborg, por 7 a 3 na final. No masculino, Kevin Koe representou o Canadá e derrotou a equipe de Steffen Walstad, da Noruega, por 6 a 5. Já nas Duplas Mistas, Laura Walker e Kirk Muyres derrotaram os norte-americanos Sarah Anderson e Korey Dropkin por 7 a 3. 

A terceira etapa da Copa do Mundo de Curling acontecerá em Jonkoping, na Suécia, entre 30 de janeiro e 3 de fevereiro. É a última fase classificatória. A grande final da primeira edição do campeonato será em Pequim, na China, entre 8 e 12 de maio. 

Japonesas venceram disputa feminina em Omaha, nos Estados Unidos (Celine Stucki/WCF)

O que é a Copa do Mundo de Curling

É fruto de uma parceria da WCF (Federação Mundial de Curling) com a empresa chinesa Kingdomway Sports, que promete investir US$ 10 milhões na competição para estimular o desenvolvimento do esporte na China e em todo o continente asiático. Por conta disso, a primeira e a última etapa serão realizadas no país asiático. As outras duas serão na Europa e na América do Norte. 

No total, oito seleções participam da temporada em cada uma das três categorias. Os três países-sedes das etapas de classificação garantem vaga (China, Estados Unidos e Suécia). Depois, os melhores do ranking de cada uma das regiões da WCF (América, Europa e Ásia/Pacífico) também estão confirmados. Por fim, a entidade ainda convida mais dois países de acordo com tradição, importância e questões comerciais. 

Na final participam a China, como país-sede, os campeões de cada uma das etapas, um convidado especial por mérito e duas das melhores equipes na somatória das três etapas. O interessante é que a vaga à final é da equipe e não do país, ou seja, é possível ter dois ou até três representantes do mesmo país na final. 

O formato da competição é bem simples: dois grupos com quatro seleções, que se enfrentam duas vezes e os líderes de cada chave fazem a final. Os jogos terão apenas oito ends (ao invés de dez) e não terá mais um extra end para determinar o desempate, mas sim o lançamento de uma única pedra (a mais próxima do alvo vence). Assim, quem vencer no tempo normal ganha três pontos. Vitória no desempate é dois, com um ponto para o time derrotado.

Outras mudanças significativas incluem a presença do técnico na altura do rink de gelo, permitindo o contato com os atletas entre os ends, e uma mudança no thinking time, o tempo que cada equipe ou dupla tem para discutir a jogada. Na Copa do Mundo de Curling, o limite é determinado por end: do primeiro ao quarto, são quatro minutos por equipes e 2min50 nas duplas. Depois, do quinto ao oitavo, são 4min15 para equipes e três minutos nas duplas.

A Copa do Mundo de Curling marca uma nova fase no desenvolvimento do esporte. Após a consolidação nas últimas décadas, com o retorno e crescimento nos Jogos Olímpicos, a Federação Mundial sabe que precisa criar mais competições e, principalmente, democratizar o acesso às nações emergentes, como o Brasil. Tanto que, nesta temporada, acontecerá pela primeira vez uma repescagem internacional para o Mundial da modalidade.

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