Passado e futuro

Sempre quando alguma edição dos Jogos Olímpicos se aproxima, é comum surgirem listas de Top 5 ou Top 10 com os melhores em alguma coisa. Os mais bonitos, os mais curiosos, as melhores marcas, etc. Bom, eu gosto disso e resolvi fazer uma lista semelhante para dar o pontapé inicial nesse blog sobre os brasileiros nos Jogos de Inverno. 
Mas será uma lista diferente: Em vez de pensar em Socchi, 2014, vou relembrar cinco grandes momentos da participação brasileira nos Jogos Olímpicos de Inverno e gravar na memória cinco nomes que poderão estar presente em Socchi ou até mesmo em Olimpíadas futuras. Passado e futuro num só post, para servir de inspiração.

Cinco fatos marcantes
1992 - A primeira vez (Albertville, França)
Realmente a primeira vez a gente nunca esquece. Após participação em alguns mundiais de esqui alpino, o Brasil sentiu-se pronto para a disputa de sua primeira Olimpíada de Inverno. Amparados pelo programa Solidariedade Olímpica (e também pela boa vontade de cada um dos integrantes, que pagou do próprio bolso a ida até a França. Eram sete atletas: Christian Lothar Munder, nascido no Brasil mas criado na Alemanha, Marcelo Apovian, Sergio Schuler, Fábio Igel, Robert Dellof, Hans Egger e Evelyn Schuler, a única mulher. Havia também três técnicos e um chefe da Delegação (Domingos Giobbi).
Os resultados podemos considerar que foram bons: em nenhuma prova os brasileiros, sem nenhuma experiência olímpica, terminaram na última colocação. Destaque para o alemão-brasileiro Christian Lothar Munder, que terminou em 55º entre 93 competidores no slalom super gigante. 

1998 - Estrela solitária (Nagano, Japão)
Depois disso o Brasil enviou um representante solitário em 1994, na edição de Lillehamer, e em 1998, na cidade japonesa de Nagano. Foi lá, aliás, que Marcelo Apovian, nossa única estrela, conseguiu o melhor resultado brasileiro até então. Foi o 37º na prova do slalom super gigante. 
Foi uma das últimas provas de Marcelo como esquiador. Ele se envolveu em sério acidente numa montanha, fraturou uma das pernas, se recuperou e agora é um fundista que compete nas mais diversas maratonas pelo mundo. 

2002 - Frozen bananas
A Jamaica entrou para a história com sua equipe de bobsled em 1988, mas o Brasil também ganhou destaque inesperado na modalidade nos Jogos de Salt Lake City, em 2002. Liderados por Eric Maleson, a equipe contava com um trenó todo amarelo, logo apelidado de frozen bananas (bananas congeladas) e virou destaque na mídia nacional e internacional. A equipe também se destacou pelos resultados. Naquele ano, terminou em 27º entre 33 competidores, na frente, por exemplo, de Monaco, que conta com mais recursos e ambiente climático favorável.

2006 - Entre os 10
Mas foi no Snowboard que o Brasil fez história. Nos Jogos de Turim a carioca Isabel Clark conseguiu uma inédita nona colocação na prova do snowboardcross. É a primeira (e até agora única) vez que o país colocou um atleta no top 10 dos Jogos Olímpicos de Inverno. Isabel é o grande nome do país nos esportes de inverno e ainda hoje, já avançando na casa dos 30 anos, a principal esperança para Socchi. 
2010 - Recordes 
Podemos dizer que em 2010 faltou quantidade, mas sobrou qualidade para o Brasil nos Jogos de Vancouver. Sem atletas de gelo, apenas cinco representantes dos esportes de neve representaram o país e fizeram muito bonito. Das sete provas que os brasileiros participaram, em quatro o país alcançou a melhor pontuação na história olímpica: Jhonathan Longhi no slalom gigante (56º entre 103 competidores), Maya Harrison no slalom especial (48ª entre 87), Jaqueline Mourão nos 10 quilômetros do cross country (67ª entre 78 atletas) e Leandro Ribela nos 15 quilômetros do cross country (90º entre 96 competidores). 

Cinco nomes para o futuro
Eliza Nobre e Tobias Macedo (esqui alpino)
A jovem dupla (ambos tem 15 anos) continuou com a saga pioneira do esqui alpino brasileiro. Eles foram os únicos representantes na primeira edição dos Jogos Olímpicos da Juventude de Inverno em Innsbruck, no início de 2012. Os dois, inclusive, já são profissionais e atletas da seleção brasileira, mas por serem novos, deverão focar nos Jogos de Inverno de 2018, quando terão 21 anos. 

Isadora Marie Williams e Luiz Manela (patinação artística)
Outra jovem dupla que pode dar o que falar, dessa vez na patinação artística. Isadora tem 16 anos, enquanto Luiz tem 17, mas são esperanças já para Socchi, em 2014. O otimismo baseia-se nos resultados conquistados no Mundial Júnior. Tanto Luiz quanto Isadora terminaram no Top 10 e são figuras carimbadas como promessas da modalidade. Luiz foi o 9º e Isadore a 10ª. Com isso, o Brasil mira duas vagas inéditas. Basta que os jovens mantenham a evolução e consigam terminar entre os 24 melhores no Mundial da modalidade em março de 2013, no Canadá. Depois disso, haverá uma última chance numa repescagem na Alemanha, com mais seis vagas em jogo. 

Fabiana dos Santos(bobsled)
Fabiana não é nenhuma menina (tem 29 anos), mas é a grande esperança para retomar a tradição do bobsled. Em 2010, por exemplo, ela e Danielle Santos ficaram a uma posição do ranking de disputar os Jogos de Vancouver. No início de 2011 sofreu um grave acidente, passou por cirurgias, mas voltou a competir ainda naquele ano. Tudo, é claro, para garantir a vaga olímpica que escapou em 2010. 

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