Histórico e dentro da meta

Fernando Aranha e um esforço histórico (Márcio Rodrigues/CPB/MPIX)

Só de participar e completar a prova, Fernando Aranha já entraria para a história paralímpica do Brasil. Mas ele sempre quer algo a mais. Em maio de 2013, falava em ficar entre os dez melhores. Depois, mais realista, disse que gostaria de ficar entre os 15 primeiros. E este último desejo acabou se concretizando na madrugada deste domingo, em Sochi. 

O brasileiro participou da prova de 15 quilômetros do esqui cross-country sentado (categoria LW 10-12). Foi a primeira disputa paralímpica de inverno com a presença de um atleta do país. 

Fernando ficou na 15ª posição, com o tempo de 49min31seg4, pouco mais de oito segundos atrás do vencedor, o russo Roman Petushkov. A Rússia, aliás, conseguiu um pódio triplo na prova, com prata para Irek Zaripov e bronze de Aleksandr Davidovich. Ao todo, 21 atletas terminaram a disputa e o brasileiro conseguiu estabelecer sua melhor marca pessoal. 

(Márcio Rodrigues/CPB/MPIX)
O bom desempenho mostra ainda que Fernando pode evoluir ainda mais na prova. Ele participou de um período de treinamentos na Suécia no fim de 2012 e de clínicas nos EUA no fim de 2013, aproveitando o inverno no hemisfério norte. Também participou de provas da Copa do Mundo, mas insuficiente se compararmos com outros atletas de países mais tradicionais. 

Afinal de contas, o projeto brasileiro começou em julho de 2012 e já começa a dar seus primeiros frutos. Lembro-me bem na festa dos melhores da temporada organizado pela CBDN em maio de 2013. Andrew Parsons, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro, brincou com Fernando dizendo que gostaria de vê-lo integralmente ao esqui cross-country. 

Brincando ou não, foi um recado: o exemplo deste verdadeiro super-homem brasileiro pode servir de inspiração para atletas mais jovens. Aliás, já serve: tem o jovem Gustavo, do Projeto Ski na Rua, que é amputado de uma perna e treina normalmente com Leandro Ribela. 

"A ficha caía toda vez em que via as pessoas gritando. Era fantástico. Comecei a sentir o peso de um evento dessa magnitude. Estou me sentindo muito feliz", comentou o atleta no release divulgado pelo CPB. 

Ele vai ter mais duas provas para se acostumar com a aura paralímpica. No dia 12 participará da prova de média distância (10 quilômetros) e no dia 16 encerrará a participação brasileira com o sprint de um quilômetro.

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