Tirem as crianças da sala... e coloquem num rink de patinação!

Márcio orienta uma das crianças (Arquivo Pessoal)
Foi-se o tempo em que o esporte poderia ser considerado o ócio do povo. A prática esportiva, quando bem trabalhada, possui um forte apelo social. Afinal de contas, as regras, a dedicação, a superação e a competição formam cidadãos para a vida inteira e, eventualmente, grandes ídolos nacionais. 

É assim no judô, atletismo, futebol, basquete e até mesmo em modalidades de inverno. Engana-se quem pensa que esses esportes não podem criar projetos sociais em países tropicais. Não só podem como devem. O exemplo do Projeto Ski na Rua, do olímpico Leandro Ribela, está para mostrar que é possível.

Tanto que uma ação semelhante começa a ganhar asas no Rio de Janeiro. Márcio Pereira, diretor de patinação da CBDG, pretende implantar nos rinks cariocas o Ice Kids, um projeto social que visa a inclusão social através da patinação artística, um dos esportes mais belos e difíceis. 

O projeto foi criado em 2011, em Campos do Jordão, local onde o dirigente trabalhava na época. Entretanto, não pôde ser continuado por falta de recursos. Mas agora o momento é outro: o país teve Isadora Williams como representante nos últimos Jogos de Inverno e a atleta conquistou o coração dos brasileiros.

Por conta disso ele redesenhou a proposta. Através da Associação de Patinação Artística do Estado de Rio de Janeiro, ele quer abrir 100 vagas para crianças entre 3 e 8 anos de idade que comprovem baixa renda e estejam aptas para patinar (afinal de contas, há crianças que sabem patinar e outras que não aprendem nunca). 

"Para o desenvolvimento do Ice Kids, será muito importante a aprovação do projeto nas leis de incentivo e obtermos patrocínio de empresas que gostem do projeto", afirma Márcio Pereira. Até porque, neste momento, não há patrocinadores no Ice Kids. 

Mas não há como impedir essa fórmula infalível que envolve crianças, projeto social e esporte. Até porque, no caso da patinação artística, trabalhar com atletas ainda na infância é um dos principais passos para identificar e desenvolver novos talentos. 

Casal de dança no gelo? (Arquivo Pessoal)
O esporte passa pelo mesmo dilema da ginástica: o atleta que ultrapassa 23 anos já é considerado veterano e não consegue competir com adolescentes de 15, 16 e 17 anos. Esse fenômeno não é recente e tem uma explicação bem simples, na verdade: os atletas passam por uma carga tão exaustiva de treinos que o corpo simplesmente não consegue manter o ritmo por muito tempo.

"A prática da Patinação Artística no gelo, requer muitos anos de aprendizados técnicos, sendo assim, quanto mais novas as crianças começam, mais chances elas terão no futuro", comenta Márcio.

Por conta disso, ele já se especializa em ensinar crianças de dois a quatro anos de idade no Baby Class, curso ensinado na Ice Rio, escola carioca de patinação artística. São duas aulas semanais de uma hora cada, para garantir a iniciação tranquila e divertida para os pequenos. 

"Trabalhar com crianças requer muita paciência, dedicação e esforço físico principalmente da coluna do professor, mas o resultado é extremamente gratificante". 

Ele já possui um público infantil seleto, que ainda não conhecem a dimensão das Olimpíadas e querem apenas se divertir. Mas é bom que seja assim. Adultos felizes possuem mais chances de obterem sucesso. Seja no esporte ou na vida.

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