Em busca da nova categoria

André Cintra na casa brasileira em Sochi (Márcio Rodrigues/MPIX/CPB)

A participação paralímpica do Brasil em esportes de inverno segue rendendo frutos. Após a 15ª posição de Fernando Aranha logo na primeira prova do cross-country, a CBDN e CPB se empolgaram com a participação de André Cintra no snowboard. Não tanto pelo resultado conquistado em Sochi, mas pelo potencial que pode ter no próximo ciclo olímpico. 

Isso porque o brasileiro, 28º na classificação geral, ficaria em terceiro (conquistando o bronze) se houvesse uma categoria voltada para amputados acima do joelho - por ter sido a estreia do esporte nos Jogos Paralímpicos de Inverno, a organização não discriminou os atletas em categorias.

Isso fez com que a CBDN iniciasse uma forte campanha para que a categoria AK, justamente a que faz parte André Cintra, tenha uma disputa própria e considerada mais justa. Atletas com amputação abaixo do joelho levam vantagem por conta das articulações e também a própria prótese. Convenhamos, não é esportivo colocar todos para competir como se tivessem as mesmas condições físicas. 

Stefano Arnhold está na frente dessa briga que, segundo alguns especialistas, está 99% certo de ser implantada já em Pyeongchang, daqui três anos e meio (o tempo voa!). A meta é seguir fazendo pressão dentro do Comitê Paralímpico, contando sempre com a boa influência que o comitê brasileiro conta lá dentro. 

O próprio André confessou ao Brasil Zero Grau na cerimônia de encerramento que a medida pode ser adotada na cidade sul-coreana. Entretanto, ele lançou um alerta. "Uma pena não ter sido utilizado agora. Daqui quatro anos a prova terá mais atletas de países que possuem mais condições em praticar esportes de inverno. A concorrência vai ser bem mais dura", afirmou. 

Resta, portanto, tentar oferecer condições semelhantes destes atletas ao brasileiro pioneiro. Claro que aqui não tem neve, mas com clínicas e presentes nos principais eventos do circuito paralímpico, André Cintra terá mais chances de continuar entre os melhores e, quem sabe, conquistar a primeira medalha brasileira de inverno em Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

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