Equipe brasileira presente no Spiel (Divulgação/ABCurling) |
No fim de junho comentei que alguns representantes do curling brasileiro fariam um intensivão em Kelowa, no Canadá. Participariam de uma sessão de treinos com a técnica canadense e depois participariam de um torneio amistoso - o Spiel. Com a correria da seleção brasileira de hóquei inline, acabei deixando um pouco de lado o assunto.
Mas como sempre digo, o blog tarda, mas não falha. O camp, realizado nos dias 27 e 28 de junho, foi totalmente proveitoso. O Brasil esteve representado por Raphael Monticello, André Torrico e Daniel Mermelstein. "Pessoalmente, tive oportunidade no camp de ter técnicos de nível mundial vendo cada detalhe técnico meu e sugerindo melhorias e treinos específicos", comentou ao blog o atleta Raphael.
Mas o melhor ainda estava por vir no Spiel, entre os dias 29 de junho e 1º de julho. O Brasil enviou duas equipes (uma inteira masculina e outra mista, envolvendo homens e mulheres). Ao todo, havia 16 equipes separadas em quatro chaves, onde apenas o campeão avançava para as semifinais.
Os dois times brasileiros caíram no mesmo grupo, ao lado de um time de Edmonton e outro com diretores do clube de curling de Portland. Edmonton venceu as três partidas e avançou para a final. Mas o melhor, para o Brasil, estava por vir. Ambos os times brasileiros conseguiram derrotar os norte-americanos de Portland.
A equipe masculina (composta por André, Márcio, Daniel e Raphael) venceram os rivais por 9 a 2. A equipe mista do país (com Emanuel, Alessandra, Isis e o canadense Max Leglais, técnico do Brasil) foi mais impiedosa: derrotou por 12 a 5.
No jogo para definir quem ficaria na ótima segunda colocação, o time misto novamente levou a melhor, mas com muito mais equilíbrio, decidido apenas na última pedra. O placar apontava 6 a 4, mas os homens possuíam três pedras bem posicionadas. Só que valeu a experiência do canadense Max Langlais. Com uma jogada perfeita no botão por entre as guardas, conseguiu fazer mais um ponto e garantir a vitória por 7 a 4.
"Este é o primeiro campeonato do time masculino de Vancouver e foi importantíssimo para iniciar um entrosamento. Além de tudo, o gelo estava muito ruim e com vários pontos negativos, o que serviu como um grande intensivo de leitura da pista - uma habilidade fundamental a um skip. Outro fator que devemos lembrar é a adaptação dos rapazes à estratégia da disputa por equipes. É bem diferente das duplas, que eles estão acostumados. Passamos noites assistindo jogos específicos e discutindo conceitos, além de definir estratégia com o nosso técnico Max", prossegue Raphael.
Além, é claro, da confiança. Ao impor uma derrota incontestável tanto com o time masculino quanto com o misto (e sem os dois principais jogadores, Marcelo Mello e Aline Gonçalves) aos norte-americanos de Portland, o curling brasileiro mostra que evolui a passos largos e enche de confiança para desafiar a seleção dos EUA no fim do ano por uma vaga no Mundial. Não que signifique uma vitória (ainda somos franco-atiradores), mas pelo menos mostra que o trabalho está sendo bem feito.
"Sabemos que o time que jogamos não é a seleção norte-americana... é um time de Portland, formado pelos diretores do clube estadual. Mas pelo menos já demos nosso 'cartão de visita' e devemos jogar mais campeonatos por lá depois disso", conclui Raphael.
Congresso
Foi definido nesta semana a data do Congresso do WCF (federação mundial de curling): será entre os dias 4 e 8 de setembro, em Reno, nos EUA. O Brasil estará presente e deverá ser representado pelo presidente da CBDG, Emílio Strapasson, o superintendente Matheus Figueiredo e o responsável técnico da modalidade, Marcelo Mello.A delegação, que também envolve a Associação Brasileira de Curling, já discutiu os pontos a serem apresentados e defendidos por outras confederações nacionais e envolvem a participação mais direta do país no cenário internacional.
Além disso, dois pontos podem ser aprovados em curto período de tempo e também agradam a equipe brasileira. Primeiro, a inclusão da categoria de duplas mistas nos Jogos Olímpicos já em 2018, com uma possível vaga para a América do Sul (e consequentemente para o Brasil). Depois, a criação do campeonato mundial de equipes mistas (com dois homens e duas mulheres), o que ajudaria a difundir mais o curling entre as mulheres do país.
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