Diário de PyeongChang #31 - Bobsled consegue melhor posição da história

Bobsled brasileiro na disputa do 4-man em PyeongChang

Após dois dias da Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de PyeongChang, e uma viagem de 42 horas no total, o Brasil Zero Grau finalmente consegue divulgar o boletim com resultados do último dia do evento. O destaque ficou para participação do Bobsled brasileiro no 4-man, que conquistou o melhor resultado da história do país na modalidade. 

O time do Brasil, formado pelo piloto Edson Bindilatti, pelos pushers Odirlei Pessoni e Edson Martins e o breakman Rafael Souza, conseguiu terminar na 23ª posição da classificação final com o tempo combinado de 2min29seg49 após três descidas. O alemão Francesco Friedrich confirmou o favoritismo e conquistou o ouro com 3min15seg85 - Yunjong Won, da Coreia do Sul, e Nico Walther, também alemão, empataram na vice-liderança e dividem a prata com 3min16seg38. 

O desempenho na última descida foi o melhor do trenó nacional em competições nos Jogos Olímpicos de PyeongChang. Com uma boa linha de pilotagem e uma largada eficiente (19ª no geral), a equipe ganhou duas posições e estabeleceu o melhor resultado de sua história olímpica - antes, a melhor posição em número absoluto foi a 25ª colocação de Turim, em 2006, mas o melhor desempenho foi a 27ª colocação em Salt Lake City, 2002. 

Em PyeongChang, o objetivo do Bobsled brasileiro era entrar no Top 20 e, dessa forma, realizar a última descida. A expectativa só aumentou quando a equipe terminou três dos quatro treinos oficiais que participou entre os 15 primeiros. 

Além disso, o país teve o melhor ciclo olímpico de sua história no esporte, com a conquista da Copa América 4-man em 2015 e 2018, as duas medalhas de bronze no Mundial de Push em 2016 e participações em etapas da Copa do Mundo. Entre 2014 e 2017, por exemplo, o Brasil pulou da 38ª posição para o Top 20 no ranking internacional da IBSF (Federação Internacional de Bobsled e Skeleton). 

"A gente sentiu um gostinho nos treinos de ficar entre os 15 melhores, mas sabemos que uma Olimpíada não é fácil. Aqui estão os melhores do mundo e conseguimos ficar entre os 23 melhores. Tinha times que antes ficavam muito na nossa frente e hoje já tiramos essa diferença", afirmou Odirlei Pessoni. 

Contudo, agora é hora de descansar e iniciar o planejamento para os Jogos Olímpicos de 2022 em Pequim, na China. O objetivo do time brasileiro, claro, é manter a evolução do esporte nos próximos quatro anos para que o Top 20 possa, enfim, se tornar uma realidade. 

Brasileiros e chineses confraternizaram após suas descidas. Eles sediarão os próximos Jogos de Inverno

Último dia tem ouro russo e despedida de uma lenda 

Além do Bobsled 4-man, outras três modalidades conheceram seus campeões olímpicos momentos antes da Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de PyeongChang. No Curling feminino, a equipe da Suécia, comandada por Anna Hasselborg, conseguiu segurar a empolgação das sul-coreanas e conquistaram o ouro olímpico. 

No hóquei no gelo masculino, o time russo, que competiu com a sigla OAR (Atletas Olímpicos da Rússia), conseguiu quebrar um tabu de 26 anos e voltou a conquistar o ouro nos Jogos Olímpicos após derrotar a surpreendente Alemanha por 4 a 3 no overtime

Curiosamente, o último ouro russo foi conquistado em 1992 sob a sigla CEI (Comunidade dos Estados Independentes). Ou seja, a Rússia ainda não comemorou título olímpico com sua bandeira e hino nacionais (ainda que os jogadores tenham feito um belíssimo gesto na entrega das medalhas ao cantar o hino russo à capela). 

Por fim, no esqui cross-country feminino 30km estilo clássico, a norueguesa Marit Bjørgen se despediu dos Jogos Olímpicos de Inverno para entrar diretamente na história da competição. A vitória após 1h22min17seg6 de percurso garantiu a oitava medalha de ouro e a 15ª em sua carreira, o que faz dela a atleta mais laureada da história. 

Marit Bjørgen ao centro com sua oitava medalha de ouro no esqui cross-country 

'Acordão' sai após a Cerimônia de Encerramento

O "acordão" costurado entre o Comitê Russo e o Comitê Olímpico Internacional (COI) não saiu a tempo para a Cerimônia de Encerramento em PyeongChang, mas não demorou mais do que três dias para ser confirmado. Nesta quarta-feira, 28 de fevereiro, o COI anunciou o fim da suspensão após relatório da organização Doping-Free Sport Unit.

A punição foi imposta no dia 5 de dezembro e abalou os bastidores do Movimento Olímpico. Entre outras coisas, a Rússia não pôde competir em PyeongChang com seus símbolos nacionais e muitos atletas favoritos foram proibidos de competirem nos Jogos Olímpicos após não passarem nos testes feitos pela entidade.

Contudo, durante os Jogos Olímpicos, as duas partes se reaproximaram. Comenta-se nos bastidores que o Comitê Russo inclusive depositou os U$ 15 milhões de multa por conta do escândalo de doping em Sochi. Um acordo passou a ser costurado, mas dois casos de doping em atletas russos em PyeongChang fez o COI recuar e manter a suspensão para a Cerimônia de Encerramento, no dia 25. "Isso [os casos de doping] foi decepcionante", registrou a entidade em seu anúncio oficial.

Noruega conquista o Quadro de medalhas

Foi uma disputa definida na última medalha, mas a Noruega foi a campeã simbólica do quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos de PyeongChang. O país nórdico terminou com 14 medalhas de ouro e 39 no total - recorde absoluto em toda a história dos esportes de inverno. Marit Bjørgen garantiu a vitória ao conquistar o ouro nos 30km do esqui cross-country em técnica clássica, a última prova dessa edição.

O país terminou empatado em número de ouros com a Alemanha, que também obteve 14 títulos, mas tem menos medalhas de prata e de bronze. O interessante é que os alemães chegaram a passar à frente na manhã deste domingo com a vitória de Francesco Friedrich no Bobsled 4-man e por pouco não conquistaram o título no hóquei no gelo - derrota de 4 a 3 para OAR (Atletas Olímpicos da Rússia) no overtime.

O Canadá, com mais uma campanha consistente após os Jogos Olímpicos de Vancouver, em 2010, foi o terceiro colocado com 11 medalhas de ouro e 30 no total. Ao todo, 30 países conquistaram um pódio olímpico em 2018 - quatro a mais do que em 2014. Destaque para Espanha, Nova Zelândia, Bélgica e Liechtenstein, que voltaram ao pódio olímpico de inverno após longos tabus. O melhor resultado da América do Sul coube ao colombiano Pedro Causil, 20º nos 500 metros da patinação de velocidade. No Brasil, os melhores desempenhos foram do Bobsled 4-man e da Isadora Williams, respectivamente 23º e 24º colocados em suas provas. 

Jogadores da Rússia comemoram o ouro no hóquei no gelo masculino

Curling - Disputa por equipes
Feminino (Final): Suécia 8 x 3 Coreia do Sul
Ouro: Suécia
Prata: Coreia do Sul
Bronze: Japão

Bobsled 4-man 
Ouro: Francesco Friedrich (Alemanha) - 1min37seg55
Prata: Yunjong Won (Coreia do Sul) - 1min37seg84 e Nico Walther (Alemanha) - 1min37seg80

Esqui Cross-Country 30km Clássico - Feminino
Ouro: Marit Bjørgen (Noruega) - 1h22min17seg6
Prata: Krista Parmäköski (Finlândia) - 1h24min07seg1
Bronze: Stina Nilsson (Suécia) - 1h24min16seg5

Hóquei no Gelo - Masculino (Final)
OAR 4 x 3 Alemanha (overtime)
Ouro: OAR
Prata: Alemanha
Bronze: Canadá

Ouro Prata Bronze Total
Noruega 14 14 11 39
Alemanha 14 10 7 30
Canadá 11 8 11 30
Estados Unidos 9 8 6 23
Holanda 8 6 6 20
Suécia 7 6 1 14
Coreia do Sul 5 8 4 17
Suíça 5 6 4 15
França 5 4 6 15
Áustria 5 3 6 14
Japão 4 5 4 13
Itália 3 2 5 10
OAR 2 6 9 17
Rep. Tcheca 2 2 3 7
Belarus 2 1 0 3
China 1 6 2 9
Eslováquia 1 2 0 3
Finlândia 1 1 4 6
Reino Unido 1 0 4 5
Polônia 1 0 1 2
Hungria 1 0 0 1
Ucrânia 1 0 0 1
Austrália 0 2 1 3
Eslovênia 0 1 1 2
Bélgica 0 1 0 1
Espanha 0 0 2 2
Nova Zelândia 0 0 2 2
Cazaquistão 0 0 1 1
Letônia 0 0 1 1
Liechtenstein 0 0 1 1

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