Oito meses após feito histórico, Edson Bindilatti retorna ao trenó do bobsled brasileiro (Wander Roberto/ANOC/Inovafoto) |
Foi um encerramento de ciclo digno de filme. Depois de dedicar duas décadas de vida ao Bobsled brasileiro, com altos e baixos, Edson Bindilatti se aposentava com o Top 20 nos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022. Entretanto, oito meses depois, ele retorna ao trenó para ajudar o Brasil a manter o pique de evolução na modalidade.
Mais do que continuar na pilotagem do conjunto nacional, Bindilatti vai exercer outra função: servir de sustentação para a renovação da equipe neste ciclo olímpico. Seu objetivo é encontrar - e preparar - seus substitutos até os Jogos de Inverno de 2026, em Milão e Cortina d'Ampezzo. A ideia é que ele siga competindo apenas nesta e, talvez, na próxima temporada.
Dois nomes já estão no radar da CBDG para assumirem a pilotagem do trenó brasileiro. Erick Vianna, que esteve presente nas últimas duas edições olímpicas, fez alguns cursos nos últimos tempos para começar a pilotar. Além dele, Gustavo Ferreira, presente no Monobob dos Jogos da Juventude de Inverno de 2020, segue treinando e se aperfeiçoando.
O retorno de Edson Bindilatti busca evitar uma queda de rendimento e de resultados do Bobsled brasileiro no cenário internacional. Depois de ficar de fora da modalidade nos Jogos Olímpicos de 2010, em Vancouver, e de se classificar no limite do período pré-olímpico para os Jogos de Sochi, em 2014, a equipe emendou oito anos de pleno desenvolvimento.
Nesse período incorporou novos equipamentos e, principalmente, novos conhecimentos. Assim, pôde elaborar treinos melhores, processos seletivos para recrutar atletas e novas estratégias no uso de lâminas de acordo com dados de cada pista e temperatura. Não à toa, saiu da 28ª posição em 2014 para a 20ª colocação no 4-men em 2022.
Bobsled brasileiro terá temporada mais enxuta
Até por conta das mudanças e da necessária renovação da equipe, a temporada será mais curta para os atletas brasileiros. Como é apenas o primeiro ano do ciclo olímpico até Milão e Cortina d'Ampezzo, ou seja, sem interferência na caminhada até 2026, o período vai ser utilizado mais para ajustes do que para competição propriamente dita.
O grupo do Bobsled brasileiro vai montar sua base em Lake Placid, nos Estados Unidos, e competir apenas nesta pista. O conjunto masculino vai estrear apenas na terceira etapa da Copa América, entre 30 de novembro e 4 de dezembro de 2022. Erick e Gustavo vão se revezar no comando do trenó nas provas de 4-men nesta competição.
Depois, no mesmo local, Edson Bindilatti comanda o Brasil na disputa da Copa do Mundo entre 17 e 18 de dezembro de 2022. Por fim, o conjunto completo também vai participar do Mundial de Push (largada) na pista estadunidense em 10 dezembro.
Foco é recrutamento da equipe para Jogos da Juventude de Inverno
A segunda metade da temporada, a partir de janeiro de 2023, vai ser dedicada especificamente para o trabalho com jovens atletas. A CBDG ainda está recrutando e analisando jovens que podem representar o Brasil no Monobob e no Skeleton nos Jogos da Juventude de Inverno de 2024, na província de Gangwon, na Coreia do Sul.
O Bobsled brasileiro, por meio de Edson Bindilatti, encontrou dois rapazes que deverão passar por aclimatação e treinamento no gelo em Lake Placid. Até o fim do ano o objetivo é encontrar também atletas mulheres interessadas em representar o país na modalidade. Para serem elegíveis, as jovens devem ter nascido entre 2006 e 2009.
As regras de classificação do Monobob nos Jogos da Juventude de Inverno de 2024 exige a participação em provas nesta temporada. Dessa forma, os brasileiros selecionados deverão competir na etapa que acontecerá em Lake Placid entre 14 e 15 de março de 2023. Até dezembro de 2023, deverão competir em mais seis provas em duas pistas diferentes - sendo que uma delas em PyeongChang.
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