Camisa autografada pela delegação brasileira de inverno (Reprodução) |
Realmente não pegou bem a campanha do COB para arrecadar fundos para a recuperação de Lais Souza. Dois dias depois de lançada a página e um dia após as notícias que pipocaram na web, a entidade soltou uma nota de esclarecimento e se pronunciou pela primeira vez sobre o caso.
Deixou claro que a atleta está coberta pelo seguro-saúde assinado antes da viagem e que está cobrindo todas as despesas que não são pagas pelas apólices. É o caso da cadeira elétrica, por exemplo (apesar de achar que esse seguro deveria pagar tudo). E também afirmou que a campanha é destinada para o futuro da jovem, como especulei ontem, no post abaixo.
Aí a história muda: poucos pensaram até agora como será a vida da família Souza em Ribeirão Preto quando a brasileira tiver alta. Quem vai pagar a cadeira de roda elétrica e o tablet especial? E a casa, que precisará de reforma para se adequar a essas questões? Tem ainda futuras consultas, remédios e coisas do tipo. O seguro-saúde acaba quando ela tiver alta e será apenas o início da longa recuperação de Lais Souza.
Veja o esclarecimento do COB divulgado nesta segunda-feira:
Diante de algumas dúvidas que surgiram em relação à campanha em prol de Lais Souza, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) vem a público esclarecer alguns pontos:
1 - Na data do acidente, a Lais não participava de nenhuma delegação do COB ou de qualquer prova eliminatória ou classificatória para os Jogos Olímpicos. Mesmo assim, o COB assumiu todas as ações desde o momento do acidente da Lais. As despesas estão sendo bancadas pelo COB, com as apólices de seguro saúde financiadas pelo COB e pela CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve).
2 - Até este momento Lais Souza está coberta pelo seguro contratados pelo COB e a CBDN, que estabelece contratualmente as coberturas proporcionadas. A apólice de seguro do COB e da CBDN garante toda a emergência, o transporte entre os hospitais e o tratamento hospitalar da Laís.
3 - O seguro de vida ou invalidez contratado pelo COB cobre apenas os atletas em Missões como os Jogos Olímpicos de Verão e de Inverno, os Jogos Olímpicos da Juventude, os Jogos Pan-americanos e os Jogos Sul-americanos. No momento do acidente, Lais não participava de nenhuma delegação do COB ou eliminatória ou classificatória para os Jogos Olímpicos. Mesmo assim, o COB assumiu todas as ações desde o momento do acidente da Lais.
4 - A campanha foi criada pensando no futuro da Lais Souza, de forma a ajudá-la a se autofinanciar. Inclui, desde contratar um professor de inglês para ela ainda em Miami, como custear parte de uma bolsa de estudo em uma Universidade no Brasil, conseguir um coaching para prepará-la para dar palestras sobre suas experiências, até criar uma Fundação ou Instituto para a Lais. Da mesma forma, a campanha visa à compra de equipamentos para a mobilidade e ao conforto da Lais, itens não previstos na cobertura dos seguros contratados pelo COB.
5 – Dentre os itens necessários para a mobilidade da Lais destacamos equipamentos que gerem independência e conforto para Lais, como uma cadeira de rodas elétrica especial e um aparelho de comunicação sem digitação. Um doador já garantiu os recursos para a compra desses dois equipamentos. O próximo objetivo é a adaptação da casa e do carro da ex-ginasta para atender às suas atuais necessidades, o que também envolve itens não previstos na cobertura dos seguros contratados pelo COB.
6 – Todos os recursos que forem captados pela campanha serão depositados na conta corrente bancária da própria Lais, a ser gerenciada por ela própria ou pela sua família. O COB não tem nenhum acesso a essa conta.
7 - Lais segue uma rotina diária de sessões de fisioterapia motora, ocupacional, respiratória e acompanhamento psicológico, além de adaptação à cadeira de rodas elétrica. Não há previsão de sua volta ao Brasil.
8 – Por fim, o tratamento da Lais continua e segue a esperança de vê-la nas melhores condições possíveis. Porém, o COB está pensando no futuro da atleta. O objetivo é garantir a continuidade e a qualidade de seu processo de recuperação, para que ela possa ter independência financeira no futuro, com conforto e mobilidade.
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